Resumo

Ao pensarmos no livro-objeto contemporâneo, devemos levar em consideração os diversos elementos que constituem seu projeto gráfico e a maneira que eles contribuem para a construção narrativa. Portanto, analisaremos a obra Lua Cheia (2011), do francês Antoine Guilloppé, a partir de seus aspectos materiais e da forma como eles ampliam as possibilidades de leituras poéticas. Fundamentados em questões do design gráfico, observaremos de que maneira esse livro oferece uma leitura múltipla, um jogo de percepção que se expande para além das fronteiras do objeto, por meio da técnica do papercut. Abordaremos a materialidade por meio dessa obra na qual é a ausência que opera do início ao fim: o negativo, a não-figura, as não-cores e as lacunas criadas por recortes no papel; todos esses elementos que constroem esse livro-objeto o tornam frágil na manipulação, mas robusto em suas possibilidades de leitura. Esse trabalho tem como objetivo ampliar a discussão acerca de livros-objetos e suas técnicas, que se fazem presentes não como meros ornamentos, mas como aplicações que expandem significados narrativos.