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Thayane Gaspar Jorge
Universidade do Estado do Río de Xaneiro
Brasil
https://orcid.org/0000-0003-3623-803X
Biografía
No 8 (2021), Notas, páxinas 1-13
DOI https://doi.org/10.15304/elos.8.7589
Recibido: 18-03-2021 Aceptado: 08-09-2021 Publicado: 30-12-2021
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Resumo

Este trabalho se concentra na temática do suicídio na literatura infantojuvenil, mais especificamente no livro O meu amigo pintor (1987) da escritora brasileira Lygia Bojunga. O livro suscita dois complexos debates: a posição pejorativa e questionável da literatura infantil e juvenil, inferiorizada e desvalorizada no sistema literário e acadêmico; e do suicídio, um interdito envolto por tabus e mitos no universo da psicologia. Bojunga cria uma história que dá protagonismo à criança como ser capaz de entender o mundo, a morte, o luto na sua realidade, sem eufemismo ou mediadores, instrumentalizando a literatura como espaço de diálogo para qualquer tema e faixa etária. E, por outro lado, a autora também faz com que o suicídio seja o tema central entre a crueza e a poeticidade, que não são excludentes nesta obra de Bojunga. A escritora brasileira busca desconstruir, um por um, os mitos que circundam o tema da morte voluntária e o senso comum que silencia o suicídio e que esvazia o seu significado. Bojunga traz ao tema novas cores, nuances, percepções através do mundo infantil, ao optar por uma postura sensível e honesta diante do assunto. O livro trata de tópicos como a condenação moral e religiosa, a romantização do suicídio e patologização do mesmo. Para analisar a maneira com que a autora conduz a sua reflexão, resgatamos os estudos de Albert Camus, Karl Marx, A. Alvarez e Ana Maria Feijoo.

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