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Maria José S. Pereira Carvalho
Faculdade de Letras de Coimbra
Portugal
Biografía
Vol. 43 (2016), Artículos, Páginas 1-45
DOI: https://doi.org/10.15304/verba.43.2074
Recibido: 21-07-2014 Aceptado: 13-01-2015 Publicado: 24-10-2016
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Resumen

Como é sabido, a síncope de -L- e –N- intervocálicos é um fenómeno exclusivo do galego-português, dentro do quadro das línguas peninsulares. É no sentido de localizar as mudanças linguísticas no tempo, que nos propomos apresentar dados empíricos com vista ao estabelecimento das várias cronologias da eliminação dos encontros vocálicos que decorreram dessa síncope. Organizámos a seguinte tipologia nas terminações com -N-: (i) -ana(s);  (ii) -anu/-anos; (iii) -anes; (iv)  -ones; (v) -?d?ne(s); (vi) -ag?ne(s); (vii) -?ne(m); -?nes; (viii) -ona;-onu; (ix) -unu; -una; (x) -ena; -enu; (xi) -ene; -enes; (xii) -inu; -ina. Analisámos, igualmente, o modo de resolução dos hiatos após a síncope de consoantes em outros contextos, bem como o plural dos nomes, adjetivos e pronomes, após a síncope de -L-. Os resultados obtidos conduziram à constatação de que no Português da zona Centro-litoral (de onde é oriundo o corpus utilizado) se registaram até ao século XVI os mesmos tratamentos que se registam atualmente nos vários dialetos da Galiza atual. Tais resultados fazem adiar o termo ad quem da unidade linguística galego-portuguesa, no que diz respeito à cronologia deste fenómeno, um dos mais expressivos da história linguística peninsular. Assim, se adotarmos uma perspetiva variacionista, é inevitável considerarmos a existência de um continuum diacrónico e dialetal nesta faixa ocidental, ao longo da história da língua.

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