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Clara Pinto
Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa / Centro de Linguística da Universidade de Lisboa
Portugal
Biografía
Vol. 7 (2015), Pescuda
DOI: https://doi.org/10.15304/elg.7.2335
Recibido: 15-01-2015 Aceptado: 30-03-2015 Publicado: 31-03-2015
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Resumen

Neste artigo apresentamos dados que pretendem contribuir para a compreensão da história da negação em português, partindo de textos datados entre os séculos XIII e XVI. Mostraremos que, a par dos indefinidos negativos, o português antigo dispunha de outro grupo de itens capazes de estabelecer concordância negativa: os minimizadores (Horn, 1989). No entanto, ao contrário de outras línguas como o francês, não há registo de minimizadores do português que tenham completado o ciclo de Jespersen (Jespersen, 1917), dando origem a um novo marcador de negação pós-verbal.


Neste trabalho, propomos a existência de dois tipos diferentes de minimizadores no português antigo: os partitivos/valorativos e os indefinidos. Destes dois grupos, apenas o primeiro sobrevive em português contemporâneo, embora com baixa produtividade. O desaparecimento precoce dos minimizadores indefinidos do português, no final do século XVI, contrasta com o percurso seguido por itens equivalentes noutras línguas, como o italiano ou o francês. Exploraremos como hipótese de explicação para este desaparecimento a ideia de que existiu competição entre os indefinidos negativos e os minimizadores indefinidos, numa perspetiva de competição entre gramáticas (Kroch, 1989, 1994).


Tomando como exemplo o minimizador homem, avançaremos a hipótese de que competisse com o indefinido nenhum, e mostraremos as diferenças e semelhanças entre ambos. A aplicação dos parâmetros propostos por Garzonio e Poletto (2008, 2009) permite verificar que homem e nenhum se encontravam em níveis de gramaticalização diferentes, e que, apesar de poderem competir para uma mesma posição, terá havido outros fatores acontribuirem para o desaparecimento de homem.

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