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Elisama Sousa de Oliveira
Escola Superior de Educação do Politécnico do Porto
Portugal
http://orcid.org/0000-0001-8569-8548
Biografía
No 52 (2018): 1º semestre, Notas
DOI https://doi.org/10.15304/bgl.52.4596
Recibido: 09-02-2018 Aceptado: 25-06-2018 Publicado: 30-06-2018
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Resumo

Fernão Mendes Pinto mareou entre o eu "pobre de mim" prestigiado pela obra na qual se (re)verteu e o "este ainda sou" do autor empírico, tendo desta forma nascido "personagem viva", qualidade ontológica que lhe tem permitido "rir até da morte". Cumpre-se, em Mendes Pinto, o aforismo que Pirandello exarou na obra Seis Personagens em Busca de Autor: "quem tiver a dita de nascer personagem viva, pode troçar até da morte. Nunca morre!" (Pirandello, 1962: 31). Em conformidade com o plano de análise apresentado, o tema do trabalho incide, sobretudo, no estudo de algumas composições que, tendo defluído da obra de Mendes Pinto, apresentam uma nova configuração do "pobre de mim", bem como dos eventos narrados no hipotexto mendesiano. Na moldura teórica apresentada, ocupa um lugar actancial a transmodalização operada pelo dramaturgo seiscentista Antonio Enríquez Gómez, intitulada Fernan Mendez Pinto: Comedia Famosa
en dos Partes (1640).
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