Contido principal do artigo

Isabel Almeida Santos
Centro de Estudos de Linguística Geral e Aplicada (CELGA-ILTEC), Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra
Portugal
https://orcid.org/0000-0002-6276-4239
Vol 14 (2022): Estudos de Lingüística Galega, Pescuda, páxinas 1-24
DOI https://doi.org/10.15304/elg.14.7825
Recibido: 08-07-2021 Aceptado: 27-10-2021 Publicado: 14-03-2022
Copyright Como citar

Resumo

A persistência de uma pronúncia não nativa é um facto reconhecido no âmbito da investigação em aquisição / aprendizagem de língua não materna. Entre os fatores que o explicam, e independentemente dos diferentes quadros teóricos, o conhecimento linguístico prévio ocupa um lugar de destaque. Em causa estão não só os condicionamentos relacionados com as habilidades articulatórias já treinadas, mas também, e sobretudo, a capacidade de reconhecer/definir (novos) alvos com exatidão. Neste trabalho pretende contribuir-se para uma descrição da interfonologia de três grupos de aprendentes que têm como língua materna o espanhol, o italiano e o francês. Mais especificamente, em causa está uma área do sistema fonológico consonântico em que estas três línguas se distinguem entre si e se diferenciam do português: os róticos. Os dados foram recolhidos num corpus de produções orais, tendo sido analisados os níveis de convergência e de desvios. Os resultados mostram padrões diferenciados para os três grupos de informantes e comportamentos distintos também em função do contexto sintagmático em que surge a consoante.

Citado por

Detalles do artigo

Citas

Alarcos Llorach, Emilio. 1968 [1950]. Fonología española. 4.ª edn. Madrid: Editorial Gredos.

Archibald, John. 1998. Second language phonology. Amsterdam: John Benjamins.

Barbosa, J. Morais. 1962. Sur le /R/ portugais. Em Diego Catalán (ed.), Miscelánea Homenaje a André Martinet, III. 211-226. Canarias: Universidad de La Laguna.

Battye, Adrian & Maria-Anne Hintze & Paul Rowlett. 2000 [1992]. The French language today. A linguistic introduction. 2.ª ed. Londres: Routledge.

Bertinetto, P. Marco & Michele Loporcaro. 2005. The sound pattern of standard Italian, as compared with the varieties spoken in Florence, Milan and Florence. Journal of the International Phonetic Association 35, 2, 131-151. https://doi:10.1017/S0025100305002148

Best, Catherine T. 1995. A direct realist view of cross-language speech perception. Em W. Strange (ed.), Speech perception and linguistic experience: Issues in cross-Language research. 171-204. Timonium, MD: York Press.

Best, Catherine T. & Michael D. Tyler. 2007. Nonnative and second language speech perception: Commonalities and complementarities. Em Ocke-Schwen Bohn & Murray J. Munro (eds.), Language experience in second language speech learning. In honor of James Emil Flege. 13-34. Amsterdam & Philadelphia: John Benjamins Publishing Company.

Brissos, Fernando. 2015. Dialectos portugueses do Centro-Sul: corpus de fenómenos e revisão do problema da (des)unidade. Zeitschrift für romanische Philologie 131 (4), 999-1041. https://doi.org/10.1515/zrp-2015-0071

Broselow, Ellen & Yoonjung Kang. 2013. Phonology and speech. Em J. Herschensohn & Martha Young-Scholten (eds.), The Cambridge handbook of second language acquisition. 529-554. Cambridge: Cambridge University Press.

Canepari, Luciano. 1999 [1992]. Manuale di pronuncia italiana. 2.ª ed. Bologna: Zanichelli Editore.

Canepari, Luciano. 2005. A handbook of pronunciation. München: Lincom Europa.

Castelo, Adelina. 2018. Fonética e fonologia para o ensino do Português como Língua Estrangeira. Macau: Instituto Politécnico de Macau.

Chambers, Jack K. & Peter Trudgill. 1980. Dialectology. Cambridge: Cambridge University Press.

Chisse, Jean-Louis, Jacques Filliolet & Dominique Maingueneau. 2001. Introduction à la linguistique française, vol. I. Paris: Hachette.

Eckman, Fred R. 1991. The Structural Conformity Hypothesis and the acquisition of consonant clusters in the interlanguage of ESL learners. Sudies in Second Language Acquisition, 13, 23-41. https://doi:10.1017/S0272263100009700

Eckman, Fred R. 2012. Second language phonology. Em Susan Gass & Alison Mackey (eds.), The Routledge Handbook of Second Language Acquisition. 91-105. London: Routledge.

Emiliano, António. 2009. Fonética do português europeu. Descrição e transcrição. Lisboa: Guimarães Editora.

Escudero, Paola. 2007. Second Language phonology: The role of perception. Em Martha C. Pennington (ed.), Phonology in context. 109-134. Londres: Palgrave Macmillan.

Fagyal, Zsuzsanna, Douglas Kybbee & Frederic Jenkins. 2006. French. A linguistic introduction. Cambridge: Cambridge University Press.

Flege, James E. 1986. Effects of equivalence classification on the production of foreign language speech sounds. Em Allan James & Jonathan Leather (eds.), Sound patterns in second language acquisition. 9-39. Dordrecht: Foris Publications.

Flege, James E. 1995. Second language Speech Learning Theory. Findings and problems. Em Winifred Strange (ed.), Speech perception and linguistic experience: Issues in cross-language research. 233-277. Timonium, MD: York Press.

Flege, James E. 2007. Language contact in bilingualism. Laboratory of Phonology 9, 353-381.

Fulgêncio, Lúcia & Patrizia Bastianetto. 1998. Um exemplo de análise contrastiva: o grafema r/rr em português e italiano. Caligrama 3, 165-182.

Galazzi, Enrica & Georges Boulakia. 2012. Lˈ«r» du temps. Cahiers de recherche de l'école doctorale en linguistique française 6, 135-150.

Howson, Phil J. & Philip J. Monahan. 2019. Perceptual motivation for rhotics as a class. Speech Communication 115, 15-28. https://doi.org/10.1016/j.specom.2019.10.002

Hualde, José Ignacio. 2010 [2009]. Los sonidos de la lengua: fonética y fonología. Em José I. Hualde, Antxon Olarrea, Anna M. Escobar & Catherine E. Travis, Introducción a la lingüística hispánica. 2.ª ed. 45-84. Cambridge: Cambridge University Press.

Jesus, Luis M. T. & Christine Shadle. 2005. Acoustic analysis of European Portuguese uvular [χ, ʁ] and voiceless tapped alveolar [ɾ̥] fricatives. Journal of the International Phonetic Association 35/1, 27-44. https://doi:10.1017/S0025100305001866

Kostakis, Andrew. 2007. More on the origin of uvular [ʀ]: Phonetic and sociolinguistic motivations. IULC Working Papers 7, 1, 20 pp.

Krämer, Martin. 2009. The phonology of Italian. Oxford: Oxford Univsersity Press.

Lado, Robert 1957. Linguistics across Cultures: Applied Linguistics and Language Teachers. Ann Arbor: University of Michigan Press.

Lindau, Mona. 1985. The Story of /r/. Em Victoria Fromkin (ed.), Phonetic Linguistics. Essays in Honor of Peter Ladefoged. 157-168. Orlando: Academic Press.

Little, Sarah. 2012. A sociophonetic study of the metropolitan French [R]: Linguistic factors determining rhotic variation. Ohio: Ohio State University. [Senior Honors Thesis].

Maddieson, Ian. 1984. Patterns of sounds. Cambridge: Cambridge University Press.

Major, Roy. 2001. Foreign accent: The ontogeny and phylogeny of second language phonology. Mahwah: Lawrence Erlbaum Associates.

Major, Roy & Eunyi Kim. 1996. The Similarity Differential Rate Hypothesis. Language Learning 46, 3, 465-496.

Malmberg, Bertil. 1954. A Fonética. No mundo dos sons da linguagem (tradução do original francês). Lisboa: Livros do Brasil.

Martinet, André. 1962. R, du latin au français d’aujourd’hui. Phonetica 8, 193-202.

Mateus, M. Helena Mira & Ernesto d’Andrade. 2000. The phonology of Portuguese. Oxford: Oxford University Press.

Mateus, M. Helena Mira. 2005. Fonologia segmental. Em M. Helena Mira Mateus, Isabel Falé & Maria João Freitas, Fonética e fonologia do português. 157-235. Lisboa: Universidade Aberta.

Mattoso Câmara Jr., Joaquim. 1977 [1953]. Para o estudo da fonêmica portuguesa. 2.ª ed. Rio de Janeiro: Padrão – Livraria Editora.

Mattoso Câmara Jr., Joaquim. 1982 [1970]. Estruturas da língua portuguesa. 11.ª ed. Petrópolis: Editora Vozes.

Mattoso Câmara Jr., Joaquim. 1985 [1975]. História e estrutura da língua portuguesa. 4.ª ed. Rio de Janeiro: Padrão – Livraria Editora.

Muñoz-Basols, Javier, Nina Moreno, Inma Taboada & Manel Lacorte. 2017. Introducción a la lingüística hispánica actual teoría y práctica. London: Routledge.

Ortiz de Pinedo Sánchez, Núria. 2012. Las vibrantes del español en habla espontánea. Phonika 8, 44-67.

Pereira, Rodrigo Miguel dos Santos. 2020. O R- forte em Português Europeu: análise fonológica de dados dialetais. Lisboa: Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. [Tese de mestrado].

Pickering. Lucy. 2012. Second language speech production. Em Susan Gass & Alison Mackey (eds.), The Routledge Handbook of Second Language Acquisition. 335-348. London: Routledge.

Price, Glanville. 2005. An introduction to French pronunciation. Malden: Blackwell Publishing.

Rennicke, Iiris & Pedro Tiago Martins. 2013. As realizações fonéticas de /R/ em português europeu: análise de um corpus dialetal e implicações no sistema fonológico. Em Maria Fátima Silva, Isabel Falé & Isabel Pereira (orgs), XXVIII Encontro Nacional da Associação Portuguesa de Linguística. Textos selecionados. 509-523. Braga: APL.

Rodrigues, Celeste. 2020. Consonantismo. Em Eduardo Raposo, M. Fernanda B. Nascimento, Maria Antónia C. Mota, Luísa Segura & Amália Mendes (orgs.), Gramática da língua portuguesa, vol. 3. 3333-3368. Lisboa: Gulbenkian.

Rodrigues, Susana F. 2015. Caracterização acústica das consoantes líquidas do Português Europeu. Lisboa: Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. [Tese de doutoramento].

Santos, Isabel A. 2008. Codificação e mudança: que relações? Estudos linguísticos e literários 37/38, 207-226.

Santos, Isabel A., Isabel Pereira, Cristina Martins, Ana C. Macário Lopes, Conceição Carapinha & Antonino Silva. 2015. Corp-Oral: PL2. Um novo recurso para o estudo do português língua não materna. Em António Barreira Moreno, Fatima Silva e João Veloso (eds), XXX Encontro Nacional da Associação Portuguesa de Linguística. Textos Selecionados. 103-112. Braga: APL.

Selinker, Larry (1972). Interlanguage. International Review of Applied Linguistics in Language Teaching, 10, 3, 209-231.

Teyssier, Paul. 1989. Manual de língua portuguesa (Portugal-Brasil). Coimbra: Coimbra Editora.

Vale, Adriano Aguiar do. 2020. Perceção das Consoantes líquidas /ɾ/ e /l/ do Português Europeu sob Influência do Mandarim L1. Braga: Universidade do Minho. [Tese de mestrado].

Van Hout, Roeland & Hans Van de Velde. 2001. Patterns of /r/ variation. Em Hans Van de Velde & Roeland Van Hout (eds.), ‘r-atics’. Sociolinguistic, phonetic and phonological characteristics of /r/. Etudes et Travaux 4, 1-10. http://hdl.handle.net/2066/104358

Veloso, João. 2015. The English R coming! The never ending story of Portuguese rhotics. Oslo Studies in Language 7 (1), 323-336.

Viana, Aniceto Reis Gonçalves. 1883 [1940]. Essai de phonétique et de phonologie d’après le dialecte atuel de Lisbonne. 2.ª ed. Boletim de Filologia VII, 1, 161-243.

Viana, Aniceto Reis Gonçalves. 1892. Exposição da pronúncia normal portuguesa. Para uso de nacionaes e estrangeiros. Lisboa: Imprensa Nacional.

Wiese, Richard. 2011. The Representation of Rhotics. Em Marc van Oostendorp, Colin Ewen, Elizabeth Hume & Keren Rice (eds.), The Blackwell Companion to Phonology, vol. 1. 746-764. Malden: Wiley / Blackwell.

Zhou, Chao. 2017. Contributo para o estudo da aquisição das consoantes líquidas do português europeu por aprendentes chineses. Lisboa: Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. [Tese de mestrado].

Zhou, Chao 2021. L2 speech learning of European Portuguese /l/ and /ɾ/ by L1-Mandarin learners: Experimental evidence and theoretical modelling. Lisboa: Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. [Tese de doutoramento].