Contido principal do artigo

Maria João Simões
Universidade de Coimbra
Portugal
http://orcid.org/0000-0001-6648-9097
No 58 (2021): 1º semestre, Estudos, páxinas 45-62
DOI https://doi.org/10.15304/bgl.58.7530
Recibido: 20-02-2021 Aceptado: 30-05-2021 Publicado: 29-06-2021
Copyright Como citar

Resumo

A ambiguidade e a estranheza presidem à construção das figuras fantásticas de Ana Teresa Pereira e de Cristina Fernández Cubas. As autoras desenham figuras femininas que se confrontam com contextos de poder e jogos de sedução ambivalentes. Através da utilização do “tempo expandido” ou de “tempos convergentes” (segundo D. Roas), ou da utilização de “espaços rizomáticos” (segundo P. García), as personagens enfrentam ocorrências irreais e impossíveis. Pretende-se analisar, em Inverness e El Columpio, como se dá a ver esse apagamento do real nas personagens e também como se constroem as figuras fantásticas, segundo o modelo dual de D. Mellier: fantástico explícito versus fantástico da indeterminação. Proceder-se-á à análise dos efeitos de fantástico atingidos na figuração das personagens femininas, investigar-se-á como os jogos do tempo e do espaço concorrem para a construção dessas figuras e mostrar-se-á como esta figuração questiona a condição feminina, compondo-se em metáfora da construção de subjetividades femininas.

Citado por

Detalles do artigo

Citas

Baroni, R. (2007). La tension narrative: Suspence, curiosité et surprise. Seuil.

Béssière, I. (1974). Le récit fantastique. La poétique de l’incertain. Larousse.

Bieder, M. (2005). Reading the Sign of Spain: Negotiating Nationality, Language and Gender. Em K. M. Glenn e J. Pérez (Eds.), Mapping the Fiction of Cristina Fernández Cubas (pp. 41-65). University of Delaware Press.

Bozzetto, R. e Huftier, A. (2004). Les Frontières du fantastique. Approches de l’impensable en littérature. Presses Universitaires Valenciennes.

Deleuze, G. e Guattari, F. (1980). Mille Plateau. Les Éditions de Minuit.

Fernández Cubas, C. (1995). El Columpio. Tusquets Editores.

Fernández Cubas, C. (2006). Parientes pobres del diablo. Tusquets Editores.

Fernández Cubas, C. (1992). Os Sótãos de Brumal. Editorial Teorema.

Fernández Juarez, G. e Pedrosa, J. M. (2008). Antropologías del miedo. Calambur.

García, P. (2015) Space and the Postmodern Fantastic in Contemporary Literature: The Architectural Void. Routledge.

Herrero Cecilia, J. (2000). Estética y pragmática del relato fantástico: las estratégias narrativas y la cooperación interpretativa del lector. Publicaciones de la Universidad de Castilla-La-Mancha.

Margolin, U. (1995). Characters in Literary Narrative: Representation and Signification. Semiotica, 106, 373-392.

Mellier, D. (1999). L’Écriture de l’excès: poétique de la terreur et fiction fantastique. Champion.

O’Leary, T. (2017). Sensibility. Em M. Bunz, B. M. Kaiser e K. Thiele (Eds.), Symptoms of the Planetary Conditon. A Critical Vocabulary (pp. 149-154). Meson Press.

Pereira, A. T. (2010). Inverness. Relógio d’Água.

Pereira, A. T. (2016). Karen. Relógio d’Água.

Pereira, A. T. (2006). A Neve. Relógio d’Água.

Reis, C. (2018). Figuração. Em Dicionário de Estudos Narrativos. Livraria Almedina.

Roas, D. (2011). Tras los limites de lo real. Una definición de lo fantástico. Editorial Páginas de Espuma.

Roas, D. (2016). Cronologías alteradas. La perversión fantástica del tiempo. Em F. García e M. C. Batalha (Coords.), Vertentes teóricas e ficcionais do Insólito (pp. 106113). Editora Caetés.

Rueda, A. (2005). Effects of the Double in Cristina Fernández Cubas’s Short Story Fiction. Em K. M. Glenn e J. Pérez (Eds.), Mapping the Fiction of Cristina Fernández Cubas (pp. 25-40). University of Delaware Press