Convergências lexicais: a área dos olhos no Atlas Lingüístico Galego e no Atlas Lingüístico do Paraná
Contenido principal del artículo
Resumen
Este artigo tem como objetivo apresentar alguns pontos de convergência entre as variantes lexicais de dois corpora geolinguísticos: de um lado, o volume V do Atlas Lingüístico Galego - ALGa (García et alii 2005) e, de outro, o Atlas Lingüístico do Paraná – ALPR (Aguilera 1994) e o Atlas Lingüístico do Paraná II - ALPR II (Altino 2005). Para isso, selecionamos, do Campo semântico Corpo Humano, as cartas que se referem à área dos olhos. Para a análise adotamos os métodos geolinguístico e o lexicológico uma vez que buscamos, na distribuição espacial e na dicionarização dos vocábulos, os subsídios para esclarecer a presença de variantes comuns em ambos os corpora. A análise indicou que determinadas variantes, ainda vigentes na fala rural paranaense, estão ligadas a formas galegas e que alguns processos metonímicos e de criação lexical atuam da mesma forma nas duas línguas. Ademais, constatamos que as tendências sociais referentes ao item lexical capela foram processados de forma similiar nos três contextos linguísticos, ou seja, galego, português europeu e dialeto paranaense. Esta convergência pode ser ilustrada com: (i) a distribuição diatópica de variantes, como capela, no dialeto paranaense e no português europeu e a sua presença, embora esparsa, na língua galega; (ii) a atribuição de mais de um significado ao mesmo conceito, como pestana que, em ambos os atlas, pode significar tanto pálpebra como cílios; (iii) a criação de nomes populares resultantes da extensão de significado ou da atribuição de formas genéricas, como em piel, tapa, papo, no ALGa e pele, couro, no ALPR, em substituição a formas eruditas, como pálpebra.
Palabras clave:
Detalles del artículo
Referencias
ALEPG = João Saramago (dir.): Atlas Lingüístico-Etnográfico de Portugal e da Galiza. Lisboa: Centro de Linguística da Universidade de Lisboa (material inédito).
ALGa = Constantino García et al. (2005): Atlas Lingüístico Galego. Léxico. O ser humano (I), vol. V. A Coruña: Fundación Pedro Barrié de la Maza.
ALPI = Tomás Navarro et al: Atlas Lingüístico da Península Ibérica. Lisboa: Centro de Linguística da Universidade de Lisboa (material inédito).
ALPR = Vanderci de Andrade Aguilera (1994): Atlas Lingüístico do Paraná. Curitiba: Imprensa Oficial do Estado.
ALPR II = Fabiane Cristina Altino (2005): Atlas Lingüístico do Paraná II. Universidade Estadual de Londrina. Tese de doutoramento inédita.
Álvarez, Rosario (coord.): Tesouro do léxico patrimonial galego e portugués. Santiago de Compostela: Instituto da Lingua Galega. http://ilg.usc.es/Tesouro
Caruso, Pedro (1982): Atlas lingüístico do Estado de São Paulo: questionário. Assis: Instituto de Letras, História e Psicologia / UNESP, Prefeitura Municipal de Assis
Castilho, Ataliba Teixeira de (2010): Nova gramática do português brasileiro. São Paulo: Contexto.
Chaves de Melo, Gladstone (1981): A língua do Brasil. Rio de Janeiro: Padrão.
Cintra, Luís Filipe Lindley (1983): Estudos de Dialectologia Portuguesa. Lisboa: Sá da Costa.
Corominas, Joan / José Antonio Pascual (1983): Diccionario Crítico Etimológico castellano e hispánico, vol. 5. Madrid: Gredos.
DdD= Antón Santamarina (2003-2006): Dicionario de dicionarios: corpus lexicográfico da lingua galega. http://sli.uvigo.es/ddd/index.html
Dietrich, Wolf (2010): «Os brasiguaios no Brasil. Aspectos fonéticos, gramaticais e lexicais», em Volker Noll / Wolf Dietrich (eds.), O português e o tupi no Brasil. São Paulo: Contexto, 167-181.
DRAG= Real Academia Galega (2012): Diccionario da Real Academia Galega. A Coruña: Real Academia Galega. http://www.realacademiagalega.org/dicionario#inicio.do
Ferreira, Aurélio Buarque de Holanda (2008): Novo dicionário eletrônico Aurélio versão 6.0. Curitiba: Positivo (edição eletrônica).
Ferreira, Antonio Gomes (1991): Dicionário editora de latim portugués. Porto: Porto Editora Ltda.
Houaiss, Antonio (2001): Dicionário eletrônico Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva (edição eletrônica).
Julià Luna, Carolina (2012): «Procedimientos de creación léxica en las designaciones iberorrománicas del párpado (II)», Revista de Filología Románica 1, 11-31. DOI: http://dx.doi.org/10.5209/rev_rfrm.2012.v29.n1.38944
Nascentes, Antenor (1958): Bases para a elaboração do Atlas lingüístico do Brasil. Rio de Janeiro: Casa de Rui Barbosa.
Noll, Volker (2010): «Os primeiros empréstimos tupis no português do Brasil», em Volker Noll / Wolf Dietrich (eds.), O português e o tupi no Brasil. São Paulo: Contexto, 61-80.
Silva Neto, Serafim da (1970): História da língua portuguesa no Brasil. 2ª ed. Rio de Janeiro: Livros de Portugal.
Vázquez Cuesta, Pilar / Maria Albertina Mendes da Luz (1971): Gramática da Língua Portuguesa. 3ª ed. Lisboa: Edições 70.