Contido principal do artigo

María Victoria Navas Sánchez-Élez
Universidade de Évora
España
https://orcid.org/0000-0001-5839-9729
Biografía
Maria Filomena Gonçalves
Universidade de Évora-ECS-DLL / Centro Interdisciplinar de História, Culturas e Sociedades da Universidade de Évora
Portugal
https://orcid.org/0000-0001-8262-6514
Biografía
Vol 12 (2020), Pescuda, páxinas 179-199
DOI https://doi.org/10.15304/elg.12.6040
Recibido: 20-05-2019 Aceptado: 18-05-2020 Publicado: 30-07-2020
Copyright Como citar

Resumo

Neste artigo analisa-se a situação atual ‒ resultado do contacto multissecular entre o português e o espanhol ‒ de uma variedade linguística mista falada numa vila portuguesa do Alentejo: o barranquenho. O objetivo deste trabalho é propor uma revisão do estatuto e da tipologia até agora atribuídos a esta variedade – dialeto, fala fronteiriça ou raiana – que, em virtude das suas características, deveria ser tratada como uma língua de contacto, minoritária, ameaçada e em perigo de extinção. A metodologia utilizada consiste em compulsar várias fontes relativas ao barranquenho, assim como dados recolhidos em inquéritos realizados em Barrancos, de maneira a averiguar-se a perceção que, de fora da comunidade, se tem do barranquenho, mas também a consciência linguística da própria comunidade sobre a sua língua. Com este estudo pretende-se contribuir para o reconhecimento do barranquenho como língua lato sensu e mostrar a necessidade de uma política e planificação linguísticas que permita preservá-la das ameaças que sobre ela pairam.

Citado por

Detalles do artigo

Citas

Adragão, José Victor. 1978. Rapports locuteur-côde: un cas de choix libre? Em Alberto Varvaro (ed.), Atti XIV Congresso Internazionale di Linguistica e Filologia Romanza, vol. II. 565-575. Napoli / Amsterdam: Gaetano Macchiaroli / John Benjamins. https://doi.org/10.1075/z.9.ii44rap

Alvar, Manuel. 1996. Barranqueño. Em Manuel Alvar (ed.), Manual de dialectología hispánica. El español de España. 259-262. Barcelona: Ariel.

Aramburu, Fernando. 2018. La identidad es una necesidad básica del ser humano. El País, 32. (04/03/2018).

Bakker, Peter. 2015. Typology of mixed languages. Em Alexandra Yurievna Aikhenvald & Robert Malcom Ward Dixon (eds.), The Cambridge handbook of linguistic typology. 217-253. Cambridge: Cambridge University Press. https://doi.org/10.1017/9781316135716.008

Bastos, Cristiana Lage David & Pedro Duarte Alves de Lara Everard. 1982. Da antropologia ao antropólogo: Barrancos de um percurso. Lisboa: Universidade Nova de Lisboa. (Texto inédito).

Bastos, Cristiana. 1998. (In)visible borders: ideologies of sameness and otherness in a Portuguese context. Portuguese Literary & Cultural Studies. Fronteiras/Borders 1, 19-32.

Brissos, Fernando. 2017. Materiais relativos ao barranquenho recolhidos para o Atlas Linguístico de Portugal e da Galiza. Em Congresso Internacional O barranquenho, ponte entre línguas e culturas. Passado, presente e futuro. Barrancos, 2 de Junho de 2017. (Comunicação inédita).

Capucha, Luís Manuel A. 1994-1995. O espelho quebrado: versus e reversus nas tauromaquias populares. Mediterrâneo 5-6, 33-57.

Carvalho, Ana Maria (ed.). 2009. Português em contato. Linguística Luso-Brasileira 2. Frankfurt am Main: Vervuert Verlag. https://doi.org/10.31819/9783964563002

Carvalho, Ana Maria & Dante Lucchesi. 2016. Portuguese in contact. Em Willem Leo Wetzels, Sergio Menuzzi & João Costa (eds.), The Handbook of Portuguese Linguistics. 41-55. Malden / Oxford: Wiley Blackwell. https://doi.org/10.1002/9781118791844.ch3

Clements, Joseph Clancy. 2009. Barranquenho. Em The Linguistic Legacy of Spanish and Portuguese: Colonial expansion and language change. 190-209. Cambridge: Cambridge University Press. https://doi.org/10.1017/CBO9780511576171.009

Clements, Joseph Clancy, Patrícia Amaral & Ana Luís. 2007. El barranqueño: una lengua de contacto en Iberia. Estudios Portugueses: Revista de Filologia Portuguesa 7, 37-46.

Clements, Joseph Clancy, Patrícia Amaral & Ana Luís. 2008. Cultural identity and the structure of a mixed language: The case of Barranquenho. Em Proceedings of the Annual Meeting of the Berkeley Linguistics Society (BLS) 34, Special session on Pidgins, Creoles, and Mixed Languages. http://linguistics.berkeley.edu/bls/previous_proceedings/bls34.pdf (14/03/2018).

Clements, Joseph Clancy, Patrícia Amaral & Ana Luís. 2011. Spanish in contact with Portuguese: The case of Barranquenho. Em Manuel Díaz-Campos (ed.), The Handbook of Hispanic Sociolinguistics. 395-417. Oxford: Blackwell Handbooks in Linguistics. https://doi.org/10.1002/9781444393446.ch19 (16/03/2019).

Coelho, Adelino de Matos. 1986. O Castelo de Noudar fortaleza medieval. Lisboa: Câmara Municipal de Barrancos.

Correia, Victor Manuel Diogo. 2017. O barranquenho: vantagens de uma convenção ortográfica. Em Congresso Internacional - O barranquenho: ponte entre línguas e culturas. Passado presente e futuro. Barrancos, 2 de Junho de 2017. (Comunicação inédita).

Correia, Victor Manuel Diogo. 2019. O barranquenho: urgência de uma política linguística? Revista de Filología Románica 36, 169-178. https://doi.org/10.5209/RFRM.63511

Cosme, João. 2001. Fontes para a história de Barrancos. Registos paroquiais (1674-1704). Barrancos: Câmara Municipal de Barrancos.

Decreto n.º 303/VII – Reconhecimento oficial de direitos linguísticos da comunidade mirandesa, II Série - n.º 29, 786. http://debates.parlamento.pt/catalogo/r3/dar/s2a/07/04/028/1999-01-09/786?pgs=786&org=PLC (12/02/2018).

De pueblo en pueblo. Canal Extremadura. http://www.canalextremadura.es/alacarta/tv/videos/de-pueblo-en-pueblo-170915 (05/02/2018).

Deumert, Andrea. 2009. Language planning and policy. Em Rajend Mesthrie, Joan Swann, Ana Deumert & William L. Leap (ed.), Introducing Sociolinguistics. 2.ª edn. 384-418. Amsterdam / Edinburgh: John Benjamins / Edinburgh University Press.

Elizaincín, Adolfo. 1992. Dialectos en contacto: español y portugués en España y América. Montevideo: Arca.

European Charter for Regional and Minority Languages, Série des traités européens, n.º 148, Strasbourg, 5.11.1992 (publicada em versão espanhola oficial como Carta europea de las lenguas regionales y minoritarias, em Boletín Oficial del Estado, 5 de setembro 2001). https://www.boe.es/boe/dias/2001/09/15/pdfs/A34733-34749.pdf (12/02/2018).

Fernández Rei, Francisco. 2014. O barranqueño terceira lingua oficial de Portugal? ProLingua. https://www.facebook.com/Prolinguagalega/posts/10152770059504300 (22/11/2018).

Ferreira, Manuela Barros & Domingos Raposo (coords.). 1999. Convenção ortográfica da língua mirandesa. Miranda do Douro / Lisboa: Câmara Municipal de Miranda do Douro / Centro de Linguística da Universidade de Lisboa.

Ferreira, Vera. 2017. Da auto-discriminação à revitalização: a importância da documentação e envolvimento comunitário no processo de revitalização do minderico. Em Congresso Internacional O barranquenho, ponte entre línguas e culturas. Passado, presente e futuro. Barrancos, 2 de Junho de 2017. (Comunicação inédita).

Ferreira, Vera & Peter Bouda. 2009. Minderico: an endangered language in Portugal. Em Peter Kenneth Austin, Oliver Bond, Monik Charette, David Nathan & Peter Sells (eds.), Proceedings of Conference on Language Documentation and Linguistic Theory 2. 95-106. London: SOAS.

Ferreira, Vera, Peter Bouda, Paulo Carvalho Vicente & Ilona Schulze. 2015. Dicionário bilingue. Piação-Português. Fátima: Centro Interdisciplinar de Documentação Linguística e Social (CIDLeS).

Franco, Norberto. 2005. O porquê de Barrancos. A cultura, a história, os touros, o direito. 2ª edn. Barrancos: Município de Barrancos.

Golovko, E. V. 2003. Language contact and group identity: The role of ‘folk’ linguistic engineering. Em Yaron Matras & Peter Bakker (eds.), The mixed language debate: Theoretical and empirical advances). 177-208. Berlin: Mouton de Gruyter.

Jones, Meirion Prys. 2013. As línguas ameaçadas de extinção e a diversidade linguística na União Europeia. Parlamento Europeu: Direcção-Geral das Políticas Interiores / Departamento Temático B (Políticas estruturais e de coesão). http://www.europarl.europa.eu/studies (12/06/2018).

Keating, Clara & Vera Ferreira. 2017. Multilingualism and linguistic diversity in Portugal: Speakers, Knowledge and Dynamics. Em The New Speakers Network. Final Action Conference. Coimbra: Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. (Conferência inédita).

Lagares, Xoán Carlos. 2018. Qual política linguística? Desafios glotopolíticos contemporâneos. São Paulo: Parábola. Language diversity. União Europeia. http://language-diversity.eu/en/about-us/who-we-are/ (18/02/2018).

Matras, Yaron & Peter Bakker (eds.). 2003. The mixed language debate: Theoretical and empirical advances. Trends in Linguistics. Studies and Monographs 145. Berlin: Mouton de Gruyter. https://doi.org/10.1515/9783110197242

Meakens, Felicity. 2018. Mixed languages. Em Paula Rabinowitz (ed.), Oxford Research Enciclopedias: Literature. 1-29. Oxford: Oxford University Press. https://doi.org/10.1093/acrefore/9780199384655.013.151

Mesthrie, Rajend, Joan Swann, Ana Deumert & William L. Leap. 2009. Introducing Sociolinguistics. Amsterdam / Edinburgh: John Benjamins / Edinburgh University Press.

Metzeltin, Miguel. 2005. Las lenguas románicas estándar. Historia de su formación y de su uso. Uviéu: Academia de la Llingua Asturiana / Llibrería Lingüística.

Metzeltin, Michael. 2015. Las lenguas: sistemas inestables pero necesarios. Luenga & Fabla 19, 9-18.

Navas Sánchez-Élez, María Victoria. 1992. El barranqueño: un modelo de lenguas en contacto. Revista de Filología Románica 9, 225-246.

Navas Sánchez-Élez, María Victoria. 2000. Procesos de creación de lenguas fronterizas. Revista de Filología Románica 17, 367-393.

Navas Sánchez-Élez, María Victoria. 2011. El barranqueño. Un modelo de lenguas en contacto. Madrid: Editorial Complutense / Centro de Linguística da Universidade de Lisboa.

Navas, María Victoria Sánchez-Élez. 2013. Mujeres depositarias y transmisoras de un patrimonio intrafronterizo: el ejemplo de la villa portuguesa de Barrancos. Em Margarita Almela, María García Lorenzo, Helena Guzmán & Marina Sanfilipo (coords.), Mujeres en la frontera. 153-170. Madrid: UNED.

Navas, María Victoria Sánchez-Élez. 2014. Presente, pasado y futuro de una lengua de contacto lusoespañola. Em José María Santos Rovira (ed.), Fronteras y diálogos del español y otras lenguas. 89-100. Lisboa: Axac.

Navas Sánchez-Élez, María Victoria. 2015a. Actitudes lingüísticas en una situación de contacto de lenguas. Revista de Filología Románica 32, nº1, 11-20. https://doi.org/10.5209/RFRM.54689

Navas Sánchez-Élez, María Victoria. 2015b. El barranqueño, lengua oral versus lengua estándar: estado de la cuestión. Luenga & Fabla 19, 83-89.

Navas Sánchez-Élez, María Victoria. 2017a. O barranquenho: Língua, Cultura e Tradição. Lisboa: Edições Colibri.

Navas Sánchez-Élez, María Victoria. 2017b. Reparto de papeles en la transmisión oral desde el punto de vista del género. Em Marina Sanfilipo, Helena Guzmán & Ana Zamorano (coords.), Mujeres de palabra. Género y narración oral en voz femenina. 63-69. Madrid: UNED.

Navas Sánchez-Élez, María Victoria. 2017c. Intercambios culturales y lingüísticos en la raya hispanoportuguesa: estado de la cuestión. Em Dolores Corbella & Alejandro Fajardo (eds.), Español y portugués en contacto: préstamos léxicos e interferencias, Número monográfico de Zeitschrift für romanische Philologie (BZrP) 419. 79-104. Berlin / Boston: De Gruyter. https://doi.org/10.1515/9783110552027

Navas Sánchez-Élez, María Victoria & Maria Filomena Gonçalves. 2018. La codificación de una lengua oral: problemas e hipótesis. Em Roberto Antonelli, Martin Glessgen & Paul Videsott (eds.), Atti del XXVIII Congresso Internazionale di Linguistica e Filologia Romanze, Vol. II. 1427-1438. Strasbourg: ELiPHi - Éditions de Linguistique et Philologie.

Piçarra, José Manuel, Zelia Pereira, V. Oliveira & José Tomás Oliveira. 2001. Breves apontamentos sobre a geologia da região de Barrancos. Barrancos: Câmara Municipal de Barrancos.

Quijada Coronel, Beatriz. 2012. Patrimonio cultural en la frontera Alentejo-Extremadura. Las nanas, ¿una tradición oral viva? Universidade de Évora. Dissertação de Mestrado inédita.

Revez, Jorge & Sandra Cascalheira (coords.). 2010. Do saber ao contar. Memórias das tradições e ofícios dos concelhos de Almodôvar, Barrancos e Mértola. Mértola: Associação de Defesa do Património de Mértola.

UNESCO. 1996. Declaración universal de los derechos lingüísticos. Em Conferencia mundial de derechos lingüísticos. Barcelona, 6 a 9 de junho de 1996. http://www.unesco.org/cpp/sp/declaraciones/linguisticos.htm (11/03/2018).

UNESCO. 2003. Convenção para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial. http://www.unesco.org/culture/ich/es/convenci%C3%B3n (11/03/2018).

Tuleski, Valéria Eneida Ruviaro. 2001. ‘Touros de morte’ em Barrancos: uma tradição da fronteira luso-espanhola. Lisboa: Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa. (Dissertação de Mestrado inédita).

Vasconcelos, José Leite de. 1897. Mappa Dialectologico do Continente Português. Lisboa: Guillard, Aillaud & Cia.

Vasconcelos, José Leite de. 1935. Linguagens fronteiriças. Revista Lusitana 33 (1-4), 307-309.

Vasconcelos, José Leite de. 1939. Da fala de Barrancos. Boletim de Filologia 6, 159-177.

Vasconcelos, José Leite de. 1955. Filologia barranquenha. Apontamentos para o seu estudo. Lisboa: Imprensa Nacional de Lisboa (reed. facsimilada, 1981).

Vasconcelos, José Leite de. 1987. Note sur le parler de Barrancos, em Esquisse d’une dialectologie portugaise. 125-128. Lisboa: INIC / Centro de Linguística da Universidade de Lisboa. (Primeira edición de 1901).