Fonologia histórica do latim ao português (sécs. I-III d.C.): vocalismo, aquisição e epistemologia
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Resumo
Neste artigo, tentamos esboçar uma reanálise de como se perdeu o traço de quantidade das vogais latinas, levantando as seguintes hipóteses que a guiaram: i) a perda da quantidade vocálica teve início já durante as Guerras Púnicas; ii) tal mudança teve como uma de suas fontes irradiadoras o Norte e parte do Sudeste da Península Ibérica; iii) tal mudança foi o resultado de processos de aquisição do latim como segunda língua, por povos conquistados, e foi transmitida às gerações seguintes, completando-se. Esta última hipótese é a principal e está atrelada à visão de complementaridade entre os estudos da Sociolinguística e do Gerativismo, denominada, por Tarallo (1987), seu primeiro teorizador, de Sociolinguística Paramétrica. Para fazer esta atrelagem, procuramos estender sua teorização ao nível do objeto, de modo a que os processos sócio-históricos que envolveram a expansão do latim pudessem ser conjugados com o paradigma gerativista de aquisição da linguagem – o que inclui a assunção da existência prévia do componente biológico-cerebral, que disponibiliza uma Gramática Universal para o uso inato da criança, quando começa a adquirir uma língua. Portanto, trata-se de um trabalho situado, simultaneamente, na linguística teórica e na linguística românica.
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