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Valéria Neves Kroeff Mayer
Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC)
Brasil
Biografía
No 27 (2017): Conflito e convivencia na escola, Artigos, páxinas 255-263
DOI https://doi.org/10.15304/ie.27.4266
Recibido: 07-09-2017 Aceptado: 20-11-2017 Publicado: 29-11-2017
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Resumo

A temática do corpo antecede o discurso de temas como gênero, preconceito, bullying, raça, pessoas com deficiência, entre outros assuntos fundamentais de serem pensados e abordados pelos educadores.   O corpo histórico, político e cultural se constrói sobre o corpo biológico e se complexifica com ele. Esse é um fato que, embora encontre certa resistência no campo da educação, não pode ser negado. Segundo Damásio (2012, p. 93), “qualquer que seja a questão que possamos levantar sobre quem somos e por que somos como somos, uma coisa é certa: somos organismos vivos complexos [e] com um corpo”. Assim sendo, compreender a experiência humana como uma experiência corpórea não é biologizar o diálogo e sim a possibilidade de torna-lo mais complexo. O discurso do corpo, nos muitos campos que versam sobre ele, é frequentemente fragmentado, uma vez que as ciências da saúde ocupam-se em estudar apenas o corpo biológico, achando, por vezes, enfadonho falar do corpo enquanto construto social, histórico e político. As ciências humanas e sociais, por sua vez, ocupam-se do corpo que é construído e constituído social, histórica e culturalmente, desprezando o corpo biológico, como se todo seu construto pudesse acontecer sem essa entidade, que é o corpo físico, orgânico, biológico. O que se propõe ao longo deste texto é fazer uma análise do percurso histórico da fragmentação dos estudos do corpo, bem como propor um outro modo de pensar, contextualizado historicamente e que percebe a necessidade de religar saberes para que seja possível pensar o corpo sem dissolver a multiplicidade complexa que é o humano. Não se trata aqui de incluir o corpo nos temas abordados pela educação, pois o corpo já está incluído na educação. 

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