TY - JOUR AU - Ana María Martins, PY - 2012/05/15 Y2 - 2024/03/28 TI - Clíticos na história do português à luz do teatro vicentino JF - Estudos de Lingüística Galega JA - ELG VL - 3 IS - 0 SE - Pescuda DO - UR - https://revistas.usc.gal/index.php/elg/article/view/339 AB - O objectivo deste trabalho é repensar o tema da colocação dos pronomes clíticos na história do português, observando dados que não haviam sido considerados e recolocando o problema numa nova perspectiva. O estudo do teatro vicentino vem revelar que no português quinhentista, época de predomínio esmagador da próclise em frases finitas nos textos portugueses, uma outra gramática mais enclítica, e portanto mais afim quer do português antigo quer do português europeu contemporâneo, tinha também existência. A desigual visibilidade das duas gramáticas nos textos quinhentistas decorrerá do seu diferente estatuto sociolinguístico. É a menos visível delas que podemos encontrar nas falas dos personagens populares de Gil Vicente, e é essa a gramáticaque constitui o “elo (quase) perdido” do percurso evolutivo do português antigo ao português europeu contemporâneo. A gramática quinhentista que domina a produção textual decorre, por sua vez, de um caminho evolutivo que parece ter sido comum a todas as línguas ibéricas, mas que não teve continuidade em Portugal e na Galiza. Esta gramática a que poderemos chamar “pan-ibérica” foi perdendo espaço a partir do século XVII, até se extinguir, apesar da posição de vantagem que durante séculos manteve relativamente à gramática mais “enclítica” e popular. ER -